O Agreste Paraibano é uma das quatro mesorregiões do estado brasileiro da Paraíba. É formada por 8 microrregiões: Brejo Paraibano, Campina Grande, Curimatau Ocidental, Curimatau Oriental, Esperança, Guarabira, Itabaiana, Umbuzeiro

Em Campina Grande, no Alto da Serra da Borborema, o “Maior São João do Mundo” atrai milhares de turistas para 30 dias de forró. Em Fagundes a famosa pedra de Santo Antonio, palco de peregrinações religiosas em homenagens ao “santo casamenteiro”, é hoje uma das mais procuradas áreas para a prática de Treking. Em Ingá encontraremos as Itacoatiara (pedras riscadas, em Tupi), a mais enigmática presença indígena no Nordeste.

Quando se pensa em geografia e clima no Brasil, a diversidade de suas regiões é um aspecto que sempre se destaca. Nesse sentido, o estado da Paraíba apresenta uma rica variedade paisagística e climática, sendo o seu Agreste um dos destaques mais importantes. Essa área do território paraibano está situada entre o chamado Litoral Úmido e o Sertão Semiárido.

Localização e características marcantes do Agreste Paraibano

O Agreste Paraibano está localizado ao leste do estado, e compreende 57 municípios. Ele faz parte do chamado Polígono das Secas, uma região semiárida que engloba partes dos estados do Nordeste brasileiro. A geografia desta zona é bastante variada, sendo formada por áreas remanescentes de Mata Atlântica, Brejos de Altitude, Caatinga hiperxerófila e Floresta Caducifólia Esclerófila.

As formações rochosas são outro elemento relevante na geografia do Agreste Paraibano, com destaque para os inselbergs - elevações rochosas isoladas que emergem do solo. Seu aspecto peculiar contribui para o visual deslumbrante da região, que atrai visitantes interessados em apreciar as belezas naturais e aproveitar as oportunidades para a prática de atividades como escalada, rapel e trilhas.

Agreste Paraibano

Um clima de transição: do úmido ao semiárido

O clima no Agreste Paraibano apresenta características típicas de uma região de transição entre a faixa litorânea úmida e o sertão semiárido. O clima é mesotérmico moderado, com estação seca bem definida durante boa parte do ano, quando as chuvas são irregulares.

Temperaturas variadas

A temperatura média anual varia em torno de 22°C, com uma amplitude térmica diária que pode chegar a mais de 15°C - isso ocorre devido à influência dos ventos continentais que sopram do interior semiárido para o litoral úmido. No verão, os termômetros podem marcar em média 26°C, podendo atingir máximas de até 38°C nos meses mais quentes. Já no inverno, as temperaturas mínimas ficam em torno de 12°C, sendo mais amenas nas elevações rochosas e nas áreas de Mata Atlântica remanescente.

Chuvas irregulares e forte contraste pluviométrico

O regime de chuvas no Agreste Paraibano é marcado pela irregularidade e pelo forte contraste pluviométrico entre as zonas mais próximas do litoral e as áreas situadas no limite com a Região do Sertão. As precipitações anuais médias variam entre 800 mm e 1.200 mm, concentrando-se em um período de três a seis meses, geralmente entre março e agosto. Em anos de forte estiagem, no entanto, as chuvas podem ser bem mais escassas, comprometendo a agricultura e o abastecimento de água na região.

O papel do relevo: influência nas variações de clima e vegetação

A geografia acidentada do Agreste Paraibano tem uma grande influência na diversidade climática e na configuração da paisagem natural. O maciço rochoso formado pelo Planalto da Borborema se destaca como um dos elementos centrais nesse processo, atuando como uma barreira que dificulta a penetração dos ventos alísios vindos do oceano Atlântico para o interior do continente.

Este fenômeno contribui para as diferenças pluviométricas entre a faixa litorânea úmida e a região semiárida situada além da área do Agreste. A vegetação também é marcada por essa diversidade, sendo possível encontrar desde áreas de Floresta Subcaducifólica e Mata Atlântica Úmida até trechos de Caatinga hiperxerófila (adaptada à condição de extrema aridez).

  • Floresta Subcaducifólica: caracterizada pela presença de árvores com troncos retorcidos e casca grossa, adaptadas à falta de água e às altas temperaturas. No Agreste, ocorre principalmente em áreas mais elevadas e sujeitas às adversidades das secas periódicas.
  • Mata Atlântica Úmida: corresponde aos trechos remanescentes de floresta ombrófila densa, com árvores altas e perenifólias. No Agreste Paraibano, ocorre em áreas mais próximas do litoral e nos Brejos de Altitude.
  • Caatinga hiperxerófila: caracteriza-se pela vegetação esparsa e xerófita (adaptada às condições de aridez), sendo encontrada principalmente nas áreas do Agreste situadas no limite com a Região do Sertão.

Impactos das mudanças climáticas na região do Agreste Paraibano

Ao longo dos últimos anos, os pesquisadores têm observado os impactos das mudanças climáticas globais sobre a região do Agreste Paraibano. Estudos apontam para uma tendência de aumento das temperaturas médias anuais, bem como da frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, como estiagens prolongadas e chuvas torrenciais.

Diante desse cenário, fica evidente a necessidade de adoção de medidas para reduzir a vulnerabilidade das populações e ecossistemas locais, promovendo o uso racional e sustentável dos recursos hídricos, o fomento à agricultura adaptada ao clima semiárido e o fortalecimento das políticas de preservação ambiental e desenvolvimento regional sustentável.

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